Apresentação.



Apresentação.


No blogue mantido repositório de meus textos kardecistas de dez/2009 a ago/2014, dizem amigos que se encontravam os ensaios do gênero mais acurados dos últimos tempos e que ainda os guardam, ciosos; todavia se queixam de não estarem disponíveis senão em versões mal replicadas e conflitantes internet adentro. Natural. Porque os escrevia e reescrevia conforme pesquisas realizadas, ideias trocadas. Entrementes, como controlar cópias passadas adiante por terceiros, sem atualizações? Não supunha, além disso, uma tal repercussão.

Nem tudo era flores, porém. Nesse ínterim, restava em questão a obra de Chico Xavier. Que barulho! Uma irmã na causa confidenciou-me: — Você abalou minha fé. — Pensei: “Como pode ser? Que espiritismo é o nosso?”. Nunca lancei dúvida sobre um princípio sequer da doutrina espírita. Entretanto, muito que se apresenta nessa condição, sem possuir de fato tal característica,[1] não mereceu de mim pudores, porque o spiritisme francês jamais recebeu, das investidas usurpadoras que o atingiram, senão a trama urdida do esquecimento de sua lógica kardeciana. Hoje o espiritismo mal excede os limites de um culto ingênuo, um temerário fascínio, mais próximo dos produtos difusos do seu irmão primogênito anglo-americano, o spiritism ou new spiritualism.

Oxalá os espíritas, quaisquer que sejam seus graus, não prossigam por mais décadas a fio no obscurantismo e se dediquem a plantar as melhores sementes do pensamento kardeciano, ainda capazes de potencializar alvissareiros destinos às nossas teses e práticas.

Oferto-lhes, pois, a primeira parte da obra Que Espiritismo É o Nosso? Ensaios da Hora Extrema (Vol. I.) Ela contém dezenove dos reclamados ensaios, ora reescritos e reagrupados em definitivo, de modo mais harmônico e fluido, acrescidos de cinco novos temas; portanto, vinte e quatro capítulos. As matérias movem-se na esteira de reflexões críticas que entendo urgentes em face da hora extrema dessa doutrina filosófica e moral, quer no Brasil, quer no mundo. Saúde e paz.

Sergio Fernandes Aleixo

Rio de Janeiro, 26 de março de 2017.








[1] Sobre os princípios do espiritismo, suas verdades tidas e havidas como adquiridas não existirem listadas, tratarei na segunda parte desta obra.